Nota importante

"Nota importante: estas informações provavelmente não são para você a não ser que você assuma total responsabilidade por sua vida e criações" Adamus Saint-Germain

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Curando o chakra básico e a relação entre mães e filhos

Figura: My Mother’s Cage, 1999, de Hong Chun Zhang
Assim como acontece com algumas aves, nosso caminho natural é que sem qualquer aviso a vida nos empurre para fora dos nossos ninhos. O que parece um ato maldoso expondo a ninhada ao perigo da queda é na verdade um ato de amor, que mostra aos filhotes que eles têm suas próprias asas e já podem voar.

Como animais que somos, nascemos em núcleos familiares com hábitos muito parecidos com os que observamos na natureza. Nascemos frágeis, dependentes e somos protegidos e criados por nossos pais até atingimos o momento de voarmos sozinhos. Porque então algumas pessoas tem tanta dificuldade em alçar voo? Porque ficamos tanto tempo presos em questões emocionais de nosso passado, principalmente da época em que éramos dependentes de nossos pais?

Diferentemente de nossos irmãos animais, os humanos não despertos e sem consciência de sua essência divina baseiam suas vidas em emoções e pensamentos, em sua maioria contaminados pelo medo.

Por mais puros ou evoluídos que alucinadamente nossos egos nos fazem pensar que somos, neste período da história de nosso planeta a encarnação é o ponto máximo da desconexão do todo, é o momento que ganhamos a individualidade e com ela todas as características de um mundo dual.

Ao encarnarmos nesta dimensão adquirimos milênios de programações baseadas no medo, na culpa, nas limitações e na separação de Deus, muita coisa transmitida energeticamente mas muito mais profundamente é o que vem através do DNA, que traz consigo não somente características físicas mas também emocionais, mentais e espirituais.

Desde nossa concepção já pode ser notada na realidade física da mãe (principalmente a partir do quarto mês de gravidez quando nosso chakra básico se liga ao da mãe) manifestações dos aspectos de personalidade que trazemos conosco. Estes aspectos fazem parte do personagem psicológico que temos construído ao longo de nossas encarnações e cada um tem sua história, vive em um lugar e o mais impressionante, tem um passado que é totalmente identificável com momentos que passamos em nossa vida atual, desde nossa vida uterina até o dia de nosso desencarne e além. Por que isso acontece?

Quando encarnamos toda a nossa sombra que é formada por todos estes aspectos atrairão na realidade física as experiências necessárias para ser notada, curada e integrada em nosso ser. Trazendo nossos aspectos para o consciente e aprendendo a viver deliberadamente atingimos a Maestria. A realidade física nada mais é do que isso, um campo de aprendizado, um palco livre para manifestarmos aquilo que vibramos e, por isso, primeiramente através dos nossos pais vivenciaremos tudo o que estes aspectos herdados de milênios de nossa história têm para nos mostrar.

Isso seria uma experiência sádica e de extremo mau gosto se este mundo dual não tivesse também um lado positivo. A cura de todos os medos e limitações que vivenciamos (que podemos chamar de nossa sombra) é o caminho pronto e perfeito para encontrarmos nossa força, nossa coragem, nossa fé e inúmeros outros qualidades que temos mas que não fazemos ideia que somos capazes de manifestá-las. São os dons do Espírito ocultos pela ilusão de que somos estes personagens psicológicos humanos e limitados. É curando estes aspectos que desenvolvemos características como autoconfiança, amor próprio, a capacidade de perdoar, a fé etc. Se qualquer uma destas qualidades forem construídas sem a cura de algum destes aspectos serão falsas, nada mais do que uma criação reativa de outro aspecto baseado no medo e nos jogos de poder para lidar com as próprias feridas e limitações.

Neste texto gostaria de trazer luz para um ponto apenas mas que trará extrema força, alegria, paz, segurança e bem estar uma vez que curado: o chakra básico.

Conforme mencionei acima, no quarto mês de gravidez nosso chakra básico começa a ser formado diretamente conectado com o da nossa mãe. O básico é responsável pela conexão com a terra, a matéria, nosso corpo físico, nossa nutrição, força e amparo. É dele que vem a sensação de segurança, de que a vida nos ampara. E é dele também que vem o medo, os vícios e a depressão.

Por causa desta conexão do básico ao encarnarmos e crescermos em uma vida familiar, nossos pais (mas principalmente a mãe) representarão toda nossa ligação com a vida e com o mundo. Tudo o que queremos vem através deles. É a partir deles então que nossos aspectos que trazemos já de inúmeras encarnações começarão a manifestar aquilo que somos, nossa luz e também a nossa sombra.

Tenho percebido muito nos atendimentos de Terapia Multidimensional um tipo recorrente de comportamento espelhado primeiramente na relação entre mãe e filhos. Por causa de medo e pouca confiança em si, algumas mães castram demais seus filhos tentando protegê-los dos perigos do mundo. Obviamente os aspectos de personalidade ocultos dos filhos que atraem este tipo de comportamento, em um ciclo perfeito de ação e reação que envolve todos habitantes da terra (karma). Esta castração e limitação da liberdade e impulsos de viver a experiência na matéria causam sérios distúrbios que afetam a maioria dos adultos hoje.

Espiritualmente percebo que existe um estado oculto (as vezes bem visível) de depressão presente quase em todos os brasileiros, mesmo os que se consideram felizes. Ter o chakra básico bem resolvido significa principalmente estar em paz, amar a vida e a terra, estar em paz com o próprio corpo e viver o perfeito fluxo de abundância e provisão infinita, obviamente que isso não reflete a realidade brasileira. Existe aqui um tema comum em muitas almas encarnadas com uma concentração de aspectos de personalidade que foram muito reprimidos similarmente já há muitas vidas e refletidos para nós em nossa infância.

Nascemos com muita vontade de voar, de criar e viver o reflexo de partes elevadas de nosso ser na matéria, mas ao invés disso o que encontramos aqui são nossos karmas, medos e limitações. Este aspecto cheio de força e de vontade de viver muitas vezes é tão podado pela família e situações da vida que para a criança sobreviver aqui e ter paz com seus pais precisa abandoná-lo e adotar outra estratégia. Como não sou psicólogo limito-me a explicar apenas o espiritual: ao deparar-se com a necessidade de sobreviver e ser feliz com todas as limitações impostas a este aspecto puro, cheio de força e alegria de viver, sem mais forças para lutar a alma da criança sacrifica-o, dissociando-o de sí. A criança começa então a adequar-se ao personagem exigido pelos pais e pelas condições de vida manifestadas por sua própria sombra.

O chakra básico desfalcado de sua força natural começa a manifestar seu desamor pela terra, pela vida como foi apresentada a ele. Sintomas como vontade de morrer, raivas reprimidas, não se adequar em lugar nenhum, distúrbios alimentares, distúrbios sexuais (no homem apenas, na mulher os distúrbios sexuais referem-se mais ao chakra sexual), tiques nervosos, dificuldade de ganhar dinheiro, desânimo, depressão, pânico e tendências a vícios são comuns em pessoas que passaram por isso.

Aquele aspecto negado passa a viver em uma espécie de limbo astral e não é incomum alguns serem aprisionados por seres que se alimentam da energia de outros, as vezes até pela própria parte astral da mãe. Tudo isso é sentido pela pessoa aqui em sua realidade física e pode ser decodificado em crenças e emoções. Mesmo na vida adulta a pessoa que passou por isso ainda guarda dentro de si os registros da infância, sentindo e vendo a mãe através da imagem que fez dela naquela época. Sente dificuldade de deslanchar na vida pois ainda vive muitas proibições da infância, sente medo de voar. Em seu estado natural, esta pessoa tem uma tristeza de fundo que os mais desatentos deixam passar despercebida. É uma pessoa com uma alta insatisfação e dificuldade de realizar-se. Precisa de muitas coisas para conseguir simular em si a sensação de propósito ou sentido, isso quando ainda tem condições de definir o que quer, quando não despersonalizou-se a ponto de perder até a noção do que quer para sua própria vida.

A raiva é uma energia poderosíssima gerada pelo básico em nosso favor. Com ela em seu estado puro corremos do perigo, enfrentamos o inimigo e, principalmente agora em nosso mundo atual, saímos de padrões de abuso ou que limitam nossa liberdade. A raiva sobe então do básico para o chakra sexual onde ganha um aspecto emocional empoderante e de lá para o gástrico, onde é transformado em ação. Assim podemos sair de um estado desfavorável para um que esteja em maior alinhamento com nossa essência. Porém o que esta energia pura e sagrada encontra são inúmeros bloqueios já no chakra sexual que impedem-na de realizar seu propósito, são as culpas e os apegos. Fomos condicionados a pensar que estaremos fazendo um mal a nossos pais ou que eles deixarão de nos amar (a maior chantagem emocional em família) ao libertarmos nossa alma aprisionada, se dermos nosso grito de liberdade e se rompermos com estes aspectos de controle e dominação há milênios impregnados em nossas relações. Além disso, este é o aspecto que não se deu bem na infância e que foi o pivô de inúmeras broncas, castigos, frustrações e privações desde cedo, existem agora inúmeros medos registrados em nosso físico, etérico, emocional e mental programados em outros inúmeros mecanismos de defesa que atuam nos preservando de um futuro sofrimento por causa dele. Tudo isso faz com que boicotemos nossas próprias tentativas de autorresgate. Isso nos causam desde oscilações bruscas de humor até síndrome do pânico.

Não é nem preciso mencionar que com tudo isso a pessoa tenha muitas questões com a mãe. O chakra básico é feminino e sua cura está totalmente relacionada com a cura de nossa relação com a mãe. É da mãe que vem a segurança, a nutrição (amamentação), a confiança de que a vida nos ampara. A mãe representa a Terra. É também nesta relação ferida entre ambos está a chave para a o sentido da vida e a prosperidade.

Para a cura deste aspecto, culpar a mãe (ou os pais) não adianta. A criança que passa por este tipo de trauma já encarnou trazendo uma bagagem kármica que atraiu tudo isso. Por causa de um vazio existencial muito grande ela já nasce com uma força de realização acima da média. Antes que amadureça seus chakras sexual e gástrico (emocional e mental respectivamente), esta força extra que a criança traz será traduzida em um excesso de exigências para com a mãe e o mundo. Ela é incapaz de reconhecer o amor que recebe da mãe e do pai nas coisas simples da vida como a comida que lhe é servida, a cama que é arrumada para ela, as roupas que ela usa etc.

Ao abrirmos nossos corações para a luz, para o perdão e não mais para o vitimismo, raivas e desculpas sobre como tudo seria muito melhor se nossos pais tivessem sido diferentes, começamos a nos permitir pontos de vistas mais iluminados sobre nós mesmos.

Perceberemos então primeiramente que somos a única fonte de tudo o que acontece em nossa vida. Quaisquer que tenham sido os comportamentos restritivos ou abusivos de nossos pais são reflexos da enorme carga kármica que ativamos ao encarnar. Isso foi o preço a pagar pela nossa experiência no físico e estávamos totalmente cientes disso ao encarnarmos.

Em seguida percebemos que as limitações de nossa vida são algo gerado no presente, pois o passado só existe em nossa cabeça. Por todos os medos, privações e raivas registradas é muito mais fácil para o ego culpar os pais do que assumir que sua vida não é como queremos por nossa própria falta de força, de confiança, de coragem, de fé e pelos incontáveis medos que sentimos e trouxemos de outras experiências.

Assim com o coração aberto somos capazes de reconhecer o quanto de amor há em uma relação de pais e filhos, o quanto aquele ser que também tem seu próprio caminho e provações foi capaz de suportar para nos refletir nossa própria sombra e nos permitir curar todos estes aspectos.

Libertar-se então torna-se uma conscientização e atitude que veio através de uma cura, não como um rompimento. Não foi preciso construir um personagem rebelde e raivoso que fosse mais forte do que todas as dores da alma do indivíduo para que ele pudesse recriar falsamente a sensação de liberdade em sua vida.

Existe uma ordem Divina mesmo no aspecto mais sombrio que trazemos. Nossa sombra é derivada da ignorância da Presença de Deus, não de sua ausência. Deus está em tudo o que há e com humildade e intenção de cura em nossos corações Ele se revela em todos os momentos que deixamos nosso ego de lado e permitimos Sua atuação em nossas vidas.

Ao deixarmos que a luz permeie nossa escuridão isso inicia um movimento de revelações de muitos aspectos escondidos carentes de amor e de perdão. Ao mesmo tempo que uma atitude de um filho que busca abrir suas asas liberta-o, isso devolverá a liberdade também a sua mãe que dedicou-se incansavelmente com amor incondicional tantos anos de seu tempo para a criação de seu filho. Como qualquer mudança isso fará aflorar na mãe (e aqui as mães costumam gerar resistência) alguns de seus próprios aspectos que precisam ser observados para serem curados, os medos da perda, o desequilíbrio sem seus apoios externos e, assim, inicia-se um ciclo de curas que aproximará ambos pais e filhos de suas próprias essências.

Os laços inferiores (básico, sexual e gástrico) contaminados pelo medo criaram através dos apoios emocionais, drenos de energia, controles, apegos e manipulações uma falsa sensação de amor, de união e de estrutura familiar. Curar estas estruturas ilusórias é um desafio individual que trará um benefício geral. Neste caminho enfrentaremos muitos medos, culpas, inseguranças mas com isso descobriremos nossa própria força, nossa capacidade de perdoar e de amar. Quem ama liberta e libertar o outro é libertar a si mesmo.

A estrutura familiar apesar de ser uma união kármica é a tarefa onde mais notamos a presença do amor incondicional. Amor incondicional não á algo que se aprende, mas que se relembra. É do que somos feitos, é a matéria prima de todo o universo! E é na cura de nossas relações familiares que revelaremos esta verdadeira essência amorosa que somos e que manifestaremos no mundo material a Perfeição Divina que trazemos em nós.

Muitos pais e filhos revezam-se encarnação após encarnação revivendo as mesmas questões buscando curar-se, mas muitas vezes agravando mais o problema. Como os pais deixarão de refletir a sombra de seus filhos se eles mesmos também passaram por isso e ainda não conseguiram desprender-se deste ciclo? Se vivêssemos com os olhos verdadeiramente abertos uma encarnação seria suficiente para curarmos tudo isso e nos libertarmos pelo menos desta tarefa. Pais despertos são necessários para criar filhos verdadeiramente livres. Filhos despertos são necessários para liberarem os pais de suas responsabilidades kármicas com eles.

Acredito que ser mãe seja a experiência máxima de entrega e abnegação. Ao muitas vezes colocar o amor pelos filhos sobre suas próprias vontades, ser mãe (ou pai) apesar de ser uma atividade utilizada pelo ego para algumas fugas e para suprir algumas carências emocionais e afetivas, também serve como palco para as curas mais profundas que podemos ter. É a perfeição Divina em ação, que mesmo no maior dos emaranhados de laços inferiores sempre nos disponibiliza um caminho.

O ego exerce uma atração magnética muito forte sobre nossas vontades. O desejo de existir do nosso personagem psicológico prende nossa consciência nos chakras inferiores criando uma falsificação da vida iluminada (a Presença Divina ancorada no corpo físico, a realização do despertar da consciência), seja na satisfação mental através das rotulações, julgamentos e conquistas do que considera-se “bom”, na simulação emocional de sentimentos superiores e no uso de jogos de poder para ter a sensação mesmo que muito limitada de amparo e estabilidade (bilhões de dólares em nossa conta não trarão a segurança da verdadeira Mestria).

O fato é que todos nós, pais e filhos um dia teremos que abrir mão de nosso orgulho e vaidades para reconhecermos que não somos tão felizes como poderíamos ser e, assim, nos libertarmos das máscaras que vestimos para agradar o outro e esconder de nós mesmos nossas fraquezas, medos e feridas.

Quando o ser humano aprender a amar a si mesmo incondicionalmente em primeiro lugar, humildemente aceitará as próprias limitações e abrirá sem a menor culpa ou vergonha seu coração para verdadeira cura que só ocorre com o amor e com o perdão. Está aí tudo o que precisamos neste mundo!

Namastê!