Me ocorreu então o quanto eu estava apegado a coisas e situações para me sentir bem. Eu tentava levar tudo aquilo que me apoiava ou dependia para manter minha vida do jeito que era em qualquer lugar que eu fosse. Pensava antecipadamente no que iria comer, onde iria passear, o que iria vestir ou fazer, o quanto iria gastar. E ainda que eu acreditasse que desta maneira eu estaria bem, era essa postura que me prendia em antigos sofrimentos, mentalidades, inseguranças e comportamentos.
Percebi então como era frágil meu equilíbrio interior, tão dependente de coisas e situações específicas para estar bem. Percebi também o quanto eu estava fechado para que a vida me mostrasse sua real grandeza, coisas que eu não conhecia ainda, mais possibilidades de desfrutar cada momento.
Na minha rigidez, eu não estava sequer permitindo que as pessoas fossem elas mesmas, até mesmo demonstrando sua gratidão por eu estar lá do jeito delas. Tudo na minha vida tinha que seguir meus planos, vir de uma maneira específica ou me aproximar da conclusão de algum objetivo. E isso foi tão profundo, pois percebi que determinando como minha vida deveria ser, eu estava fechado para receber!
O universo é infinito e praticamente impossível de conhecê-lo inteiro, ainda assim em nosso orgulho humano insistimos em acreditar que sabemos o que precisamos e o que é melhor para nós, limitando drasticamente a nossa experiência aqui.
Uma das causas disso é fundamentarmos a nossa realização no externo e não no interno, no Espírito. Em comunhão com o Espírito as coisas e situações perdem um pouco sua importância, porque sempre estaremos plenos e bem. As situações que vivemos nos trazem então experiências de como podemos criar momentos agradáveis sozinhos ou na companhia de outros, permitindo que cada um contribua com o que traz em si.
Viver a essência de cada momento não requer coisas, aparências, artifícios, necessidades específicas ou lugares especiais, mas apenas a nossa permissão e entrega ao momento, nossa confiança e abertura para as mudanças e tudo o que a vida pode trazer.
Dessa maneira percebemos a verdadeira abundância da vida, que sempre nos apresenta algo novo, uma nova sensação, uma experiência fantástica que na sua simplicidade pode refletir todo o nosso amor, alegria, graça, virtudes e bem-aventurança que temos em nós!
Em Paz,
Rodrigo Durante.
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